O ceticismo necessário


"Descobrir a gota ocasional de verdade no meio de um grande oceano de confusão e mistificação requer vigilância, dedicação e coragem. Mas, se não praticarmos esses hábitos rigorosos de pensar, não podemos ter a esperança de solucionar os problemas verdadeiramente sérios com que nos defrontamos - e nos arriscamos a nos tornar uma nação de patetas, um mundo de patetas, prontos para sermos passados para trás pelo primeiro charlatão que cruzar o nosso caminho". (Carl Sagan)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Reinaldo Azevedo comenta sobre nosso presidente "inteliquitual"

Lula cita Freud — o Sigmund, não o Godoy — para falar das “intempéries” e pensa: “Se o mundo fosse quadrado…”

sexta-feira, 13 de novembro de 2009 | 5:03

Então…
Aí o Tio Rei escreve que Lula imita o humorista Barthô, e alguns acusam: “Preconceituoso!” Pois é. Em nenhuma daquelas entrevistas, o Lula da imitação foi tão longe quando o de verdade na solenidade de ontem em que o governo anunciou queda no desmatamento da Amazônia. Infelizmente, o filme, do Jornal da Globo, ainda não está no YouTube. Um de vocês poderia providenciar isso (aqui). Transcrevo trechos abaixo.
Sei lá se a água fez mal para o presidente, se alguma entidade da floresta acabou encarnando no homem, dada a sua, como é mesmo?, ligação visceral com o país, mas o fato é que, numa solenidade sobre meio ambiente, ele desandou a falar coisas estranhas — sei, leitor, ainda “mais estranhas”…
Referindo-se às forças da natureza e à nossa incapacidade para controlá-las — estava tentando justificar o apagão? —, mandou ver, literalmente: “Eu já disse várias vezes: Freud dizia que tinha algumas coisas que a humanidade não controlaria. Uma dela era as intempéries”. Não, leitor, não adianta dizer que o único Freud que Lula domina é mesmo o Godoy, aquele do dossiê dos aloprados. O dito pai da psicanálise escreveu, com efeito, que a força incontrolável da natureza era um dos fatores da infelicidade humana. É claro que não estava pensando nos terríveis ventos e raios de Itaberá… Se Lula começar a ler Freud — ou melhor, se ele começar a ler qualquer coisa —, pedirei asilo. Imaginem se ele tivesse a periculosidade moral dos “intelectuais” petistas com o seu poder real…
Freud para explicar o apagão? Vá lá… Mas quando Lula resolveu explicar por que a poluição não seria tão terrível se o mundo fosse quadrado, aí o bicho pegou. Leiam:
“Então, essa questão do clima é delicada por quê? Porque o mundo é redondo. Se o mundo fosse quadrado ou retangular, e a gente soubesse que o nosso território está a 14 mil quilômetros de distância dos centros mais poluidores, ótimo, vai ficar só lá. Mas, como o mundo gira, e a gente também passa lá embaixo onde está mais poluído (?????????????), a responsabilidade é de todos”.

Num intindi nada qui êli falô…
Aí perguntam: “Mas como aqueles radialistas de Angola e Moçambique não sacaram que o Lula que dava entrevista era um humorista?” Eu é que pergunto a vocês: “Como é que os coitados poderiam saber?”

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