O ceticismo necessário


"Descobrir a gota ocasional de verdade no meio de um grande oceano de confusão e mistificação requer vigilância, dedicação e coragem. Mas, se não praticarmos esses hábitos rigorosos de pensar, não podemos ter a esperança de solucionar os problemas verdadeiramente sérios com que nos defrontamos - e nos arriscamos a nos tornar uma nação de patetas, um mundo de patetas, prontos para sermos passados para trás pelo primeiro charlatão que cruzar o nosso caminho". (Carl Sagan)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Onde está a UNE agora?

DO SITE DA BBC

Jovem estudante morre durante protestos na Venezuela


Um jovem morreu na cidade de Mérida, na Venezuela, e outras 16 pessoas ficaram feridas em confronto entre manifestantes pró-Chávez e estudantes oposicionistas que foi apartado pela polícia. Diversas pessoas protestavam na segunda-feira (25) contra a decisão do governo Hugo Chávez de fechar a Radio Caracas Television Internacional (RCTI) por ter transmitido um discurso do presidente na íntegra. Além disso, Chávez já vem censurando as atividades da imprensa no país e disse que fiscalizará os meios de comunicação a cada quatro meses. Outras emissoras também foram tiradas do ar recentemente.

A vítima fatal, Jossimir Carrillo Torres, era um aluno do ensino médio.

O maior confronto ocorreu em Caracas, capital da Venezuela, onde os policiais atiraram bombas de gás lacrimogênio para espantar milhares de estudantes que tentavam marchar na sede da agência estatal de telecomunicações do país. Manifestantes e jornalistas

sábado, 23 de janeiro de 2010

Materia de São José do Rio Preto

O Brasil e o escorpião

Todos conhecem historia do escorpião e o sapo; o escorpião necessitava atravessar um rio, mas escorpiões não sabem nadar. Pediu então ajuda a um sapo que estava sossegado tomando sol ali a margem. O sapo, desconfiado, perguntou; “amigo escorpião, mas será que você não irá me picar?”. Respondeu o escorpião;”claro que não, senão morremos os dois.” Convencido, o sapo deixou que o escorpião lhe subisse às costas. No meio da travessia o sapo sentiu uma ferroada nas costas e falou ao escorpião; “por que fizestes isso? agora morreremos os dois”, ao que o escorpião respondeu; Não fiz por querer, é a minha natureza.
Lembrei dessa historinha de minha infância graças as discussões sobre o plano nacional de diretos humanos lançado agora ao apagar do governo lula. Há de tudo no plano, menos realmente sobre direitos humanos. Atinge, sobretudo, de maneira forte e brutal, a nossa região e o agronegócio, que foi o responsável direto pelos grandes superávits que seguraram o Brasil durante a crise mundial. Propõe que não mais o direito seja o mediador dos conflitos agrários, mas sim conselhos populares nos moldes dos sovietes. Ao ter sua terra invadida, nenhum fazendeiro ou sitiante poderia recorrer a um juiz. A terra invadida, seja qual for ,passaria por um processo de audiências populares. Por quanto tempo? O documento não diz mas não podemos nos deixar enganar pelos desmentidos das autoridades; a tendência totalitária que se esconde por traz da cara rosada e bem nutrida pelo dinheiro publico dos companheiros do governo e das entidades compradas que os apóiam é notória. Em uma região rica como a nossa o MST fincaria bandeiras. Alguém acha que seria bom para o povo? É porque desconhece historia ou age de má fé. A morte de milhares de lavradores pobres durante a coletivização forçada das terras da Russia e na China fez durante anos que a fome, a miséria e a violência tomassem conta desses estados. A exemplo de lá, grupos poderiam se formar nas pequenas cidades para invadir pequenas ou grandes propriedades. Haveria confronto e mortes. O caminho natural e lógico seria usar as assembléias como tribunais populares, já que legalmente sua figura estaria criada. Com a imprensa sob controle, graças ao mesmo plano dos “direitos humanos”, reviveríamos os famosos expurgos, haveira justiçamentos e a agricultura moderna que garante na região dinheiro e emprego recuariam aos moldes da agricultura medieval. É coerente com o que prega a candidata do governo; Dilma jamais lutou por democracia ou por direitos humanos. O regime que implantaria no Brasil se houvesse derrubado os militares teria Cuba e união soviética como parâmetros; Sem liberdades individuais, sem imprensa livre, sem propriedades (a não ser para os do partido), sem religiões, a não ser o culto ao grande irmão. E não estou divagando ou mentindo. O plano nacional de “direitos humanos“ é realmente o plano de governo de Dilma. Está tudo lá, escrito, sem subterfúgios, claro e sem duvidas. Não sou contra uma reforma agrária feita de forma ordeira e pacifica, onde não seja dada apenas a terra, mas apoio e suporte aos pequenos proprietários com maquinário e sementes, tudo feito dentro do estado de direito e sem a violência, sem revanchismos e sem a eliminação do direto de propriedade. Sem prejuízo aos grandes produtores. Infelizmente algumas pessoas, assim como o escorpião, realmente não podem fugir a sua natureza, e quase ao fim da travessia, podem ferroar o Brasil pelas costas. Mas que ninguém se engane; pois eles jamais afogam. Nossa região tem a obrigação e o dever de fazer um debate maduro e democrático sobre o atual plano.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Resolvido a começar 2010 de forma um pouco mais leve, fiz uma adaptação de uma modinha de Domingos Caldas Barbosa. Poeta e violeiro brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, a quem se deve a popularidade da modinha brasileira em Portugal. Mulato , filho de pai português e mãe escrava, estudou no Colégio dos Jesuítas, revelando desde cedo seus dotes artísticos. Compunha e cantava modinhas e fazia versos satíricos e era um hábil tocador de viola.
Mudei muito pouco a modinha que se segue, e serve para dizer o que acho das polêmicas da Doutora sem Diploma, a dilmalvada ruinseff.


Adaptação do Poema de Domingos caldas Barbosa

Escutae, pobres eleitores,
Um eleitor experiente,
A dilma que diz que faz
Certamente mente, mente.

Se um eleitor carinhoso
Lhe faz ver o voto ardente,
Ela lhe promete o PAC,
Certamente mente, mente.

E' um gosto vêr a candidata
Diante de muita gente,
Protestando ter fé pura
Certamente mente, mente.

Pois se o eleitor a outro escolhe
Bem cortez e bem prudente,
dilma finge não ter ciúme,
Certamente mente, mente.

Se acaso do triste eleitor
Algum tempo esteve ausente,
Ela .jura ter saudades,
Certamente mente, mente.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Finalmente o PSDB acorda !!!

Nota oficial do PSDB, assinada por seu presidente, o senador Sérgio Guerra (PE).

"Dilma Rousseff mente. Mentiu no passado sobre seu currículo e mente hoje sobre seus adversários. Usa a mentira como método. Aposta na desinformação do povo e abusa da boa fé do cidadão.

Mente sobre o PAC, mente sobre sua função. Não é gerente de um programa de governo e, sim, de uma embalagem publicitária que amarra no mesmo pacote obras municipais, estaduais, federais e privadas. Mente ao somar todos os recursos investidos por todas essas instâncias e apresentá-los como se fossem resultado da ação do governo federal.

Apropria-se do que não é seu e vangloria-se do que não faz.

Dissimulada, Dilma Rousseff assegurou à Dra. Ruth Cardoso que não tinha feito um dossiê sobre ela. Mentira! Um mês antes, em jantar com 30 empresários, informara que fazia, sim, um dossiê contra Ruth Cardoso.

Durante anos, mentiu sobre seu currículo. Apresentava-se como mestre e doutora pela Unicamp. Nunca foi nem uma coisa nem outra.

Além de mentir, Dilma Rousseff omite. Esconde que, em 32 meses, apenas 10% das obras listadas no PAC foram concluídas – a maioria tocada por estados e municípios. Cerca de 62% dessa lista fantasiosa do PAC – 7.715 projetos – ainda não saíram do papel.

Outra característica de Dilma Rousseff é transferir responsabilidades.

A culpa do desempenho medíocre é sempre dos outros: ora o bode expiatório da incompetência gerencial são as exigências ambientais, ora a fiscalização do Tribunal de Contas da União, ora o bagre da Amazônia, ora a perereca do Rio Grande do Sul.

Assume a obra alheia que dá certo e esconde sua autoria no que dá errado.

Dilma Rousseff se escondeu durante 21 horas após o apagão. Quando falou, a ex-ministra de Minas e Energia, chefe do PAC, promovida a gerente do governo, não sabia o que dizer, além de culpar a chuva e de explicar que blecaute não é apagão.

Até hoje, Dilma Rousseff também se recusou a falar sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos, com todas barbaridades incluídas nesse Decreto, que compromete a liberdade de imprensa, persegue as religiões, criminaliza quem é contra o aborto e liquida o direito de propriedade. Um programa do qual ela teve a responsabilidade final, na condição de ministra-chefe da Casa Civil.

Está claro, portanto, que mentir, omitir, esconder-se, dissimular e transferir responsabilidades são a base do discurso de Dilma Rousseff. Mas, ao contrário do que ela pensa, o Brasil não é um país de bobos."

Video de uma das plenarias sobre comunicação - "Vamos meter a mão..."

Há coisa que escapam da compreensão de pessoas honestas. Aqui  confessam o que querem realmente - Grana e mais grana.


Isso a Imprensa companheira não mostra...

Camargo Corrêa repassou ao PT, em abril de 2008, R$ 261.285,52 por meio da conta nº 941-11-013368-2, no First Commercial Bank, na China
Mesmo na Folha de São Paulo, que publicou essa matéria, o assunto sumiu. Fazer o que ne?

O Ministério Público Federal em São Paulo afirma ter localizado, entre documentos confidenciais apreendidos pela Polícia Federal com diretores da construtora Camargo Corrêa, comprovantes de pagamentos de propina no exterior ao Partido dos Trabalhadores do Pará.Segundo a procuradora da República Karen Kahn, para conseguir um contrato de construção de hospitais no Pará, governado por Ana Júlia Carepa (PT), a Camargo Corrêa repassou ao PT, em abril de 2008, R$ 261.285,52 por meio da conta nº 941-11-013368-2, no First Commercial Bank, na China.O PMDB do Pará, diz Kahn, também teve a sua cota, cerca de R$ 130 mil, paga no Brasil.Os envolvidos rebateram ontem as afirmações da Procuradoria (leia texto abaixo).Os detalhes dos supostos pagamentos constam em arquivos digitalizados apreendidos com Pietro Bianchi, diretor da construtora. Quando a procuradora apresentou todo o material ao juiz federal Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, em novembro, ele pediu o aprofundamento da investigação.Desde a semana passada, porém, o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Asfor Rocha, suspendeu toda a Castelo de Areia. O ministro atendeu a um pedido da defesa da empresa, que sustenta que a operação é nula porque, entre outros motivos, a quebra do sigilo telefônico dos suspeitos foi baseada em denúncia anônima, o que não é permitido por lei.

Taiwan

Segundo a Procuradoria, a negociação PT-Camargo Corrêa foi em torno da construção de cinco hospitais no Pará, em abril de 2005, nos municípios de Belém, Santarém, Breves, Redenção e Altamira.Num dos papéis apreendidos, está escrito que deveria ser pago ao PT, em "conta internacional", R$ 261.285,52. Esse pagamento, segundo Kahn, foi feito na conta em Taiwan (China) em nome de Tiger Information -o uso de nomes fictícios é comum em paraísos fiscais para camuflar o real titular.Ainda segundo Kahn, foi localizado um comprovante de transação internacional no mesmo valor. "Tal fato conduz à invariável conclusão de que os pagamentos [...] foram, de fato, feitos a título de propina, direcionada aos próprios partidos ou a alguns de seus integrantes, não identificados, em troca de facilidades obtidas na construção de obra "hospital do Pará'", disse a procuradora.Em outro registro, está escrito "PT 5%", "PMDB 3%", "JB, eleição e partido" e "Carlos Botelho" -mesmo nome do consultor do governo do Pará.

Não existe caminho para a liberdade - A liberdade é o caminho.

Regina, uma grande leitora/colaboradora deste humilde blog postou um comentário tão bom que publico aqui.
O título é meu, mas "colei" de um outro blog chamado Construindo o Pensamento, de Yashá Galazzi, um grande blogueiro. Assim como Yashá e a Regina, há muita gente vigilante na blogsfera.
Aproveitem o texto.

Nenhum governo gosta da liberdade de imprensa. Afinal, a imprensa investiga fatos, sendo importante fator de contenção do avanço do poder estatal sobre nossas liberdades. Governos com viés autoritário toleram ainda menos esta liberdade de investigar e criticar.

Não por acaso, todas as ditaduras tentam controlar a imprensa, vista como inimigo prioritário em seus projetos de poder absoluto.

Na América Latina, a liberdade de imprensa está cada vez mais ameaçada. Cuba representa a situação extrema, onde a distopia “1984”, de George Orwell, tornou-se realidade. Somente o governo divulga as “notícias”. A Venezuela de Chávez caminha a passos largos nessa direção. Na Argentina, o casal K vem desferindo duros golpes nos principais veículos de imprensa. E no Brasil, desde a tentativa fracassada de controle através do Conselho Nacional de Jornalismo, o governo não desistiu do sonho de amordaçar a imprensa.

Eis o contexto da IIª Conferência Nacional de Cultura onde sob o manto da “democratização” da imprensa, o governo pretende estender seus tentáculos por todo o setor, asfixiando sua liberdade. A resolução estratégica lançada para o evento pode ser resumida em uma única palavra: censura. Aquilo que eles chamam de “controle social” nada mais é do que os antigos conselhos comunistas. A palavra final fica com o governo, o novo censor disfarçado de “fiscal” da transparência.

Eufemismos, no entanto, não podem ocultar a natureza da coisa.

Existem diversas formas de o governo tentar manipular a imprensa. A mais óbvia é através de suas polpudas verbas de propaganda, incluindo as estatais. Num país com enorme presença do governo na economia, este fator merece destaque. O cão não morde a mão que o alimenta.

Além disso, o governo decide sobre as concessões, mantendo as empresas como reféns. Essa tem sido a arma preferida do caudilho Chávez.

Por fim, num país com excesso de leis e burocracia, onde o custo da legalidade plena é praticamente proibitivo, o governo sempre pode ameaçar as empresas com o achaque dos fiscais. Cristina Kirchner usou essa tática contra o “Clarín”.

O arsenal de munições do governo é vasto. Até mesmo uma herança da ditadura Vargas sobrevive, a “Hora do Brasil”, que invade as rádios do país todo na hora do “rush”. Um canal “chapabranca” de televisão também foi criado, mas felizmente o público o ignora por completo. O custo acaba sendo “apenas” os impostos cobrados para sustentar a máquina de proselitismo.

Agora o governo tenta uma vez mais controlar a imprensa.

Em “Areopagítica”, publicado em 1644, John Milton defendia que cada um pudesse julgar por conta própria o que é bom ou ruim: “Todo homem maduro pode e deve exercer seu próprio critério.” Para ele, a censura “obstrui e retarda a importação da nossa mais rica mercadoria, a verdade”. Thomas Jefferson, influenciado por tais ideias, afirmou que escolheria uma imprensa sem governo no lugar de um governo sem imprensa, se tivesse que decidir.

Por outro lado, Trotsky e Lenin consideravam a imprensa uma arma perigosa, e desejavam proibir a circulação de jornais “burgueses”. A História mostrou os riscos dessa mentalidade.

Nós não precisamos do filtro do governo na imprensa. O que precisamos é de mais liberdade ainda. Se alguns grupos concentram muito poder por conta de seu tamanho, então a solução é mais competição, não mais governo.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Nova investida contra a democracia - Editorial do Estadão



Vem aí mais um ataque à liberdade de informação e de opinião, preparado não por skinheads ou outros grupos de arruaceiros, mas por bandos igualmente antidemocráticos, patrocinados e coordenados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A 2ª Conferência Nacional de Cultura, programada para março, foi concebida como parte de um amplo esforço de liquidação do Estado de Direito e de instalação, no Brasil, de um regime autoritário. O controle dos meios de comunicação, da produção artística e da investigação científica e tecnológica é parte essencial desse projeto e também consta do Programa Nacional de Direitos Humanos, outra desastrosa proposta do governo petista. O texto-base da conferência poderia figurar num museu de teratologia política, como exemplo do alcance da estupidez humana. Antes de enviá-lo para lá, no entanto, será preciso evitar a sua conversão em roteiro oficial de uma política de comunicação, ciência e cultura.
A palavra cultura, naquele texto, é usada com tanta propriedade quanto o verbo “libertar” na frase famosa “o trabalho liberta”, instalada sobre o portão de Auschwitz. “O monopólio dos meios de comunicação”, segundo o documento, “representa uma ameaça à democracia e aos direitos humanos.” É verdade, mas não existe esse monopólio no Brasil nem nas verdadeiras democracias. Um regime desse tipo existe em Cuba, como existiu noutras sociedades submetidas a regimes totalitários, sem espaço para a informação, a opinião e o confronto livre de ideias. Muitos dos companheiros do presidente Lula, entre eles alguns de seus ministros, nunca desistiram da implantação de algo semelhante no País. Segundo Lula, sua carreira política teria sido impossível sem a liberdade de imprensa, mas hoje essa liberdade é um empecilho a seus projetos de poder.
O documento defende “maior controle social” sobre a gestão de rádios e TVs públicas. Mas “controle social”, em regimes sem liberdade de informação e de opinião, significa na prática o controle total exercido pelo pequeno grupo instalado no poder. Nenhum regime autoritário funcionou de outra forma. Também a palavra “social”, nesse caso, tem um significado muito diferente de seu valor de face.
É preciso igualmente controlar a tecnologia: este princípio foi adotado desde o começo do governo Lula. Sua aplicação só não liquidou a Embrapa, um centro de tecnologia respeitado em todo o mundo, porque a maioria da comunidade científica reagiu. A imprensa teve papel essencial nessa defesa da melhor tradição de pesquisa. Isso a companheirada não perdoa. No caso do presidente Lula, o desagrado em relação à imprensa é reforçado por uma espécie de alergia: ele tem azia quando lê jornais.
Mas o objetivo não é apenas controlar a pesquisa. É também submetê-la a certos “modelos”. “No Brasil, aprendemos pouco com as culturas indígenas; ao contrário, o País ainda está preso ao modelo colonial, extrativista, perdulário e sem compromisso com a preservação dos recursos naturais”, segundo o documento.
Cultura extrativista, ao contrário do imaginado pelo companheiro-redator desse amontoado de bobagens, era, sim, a cultura indígena. O agronegócio brasileiro, modernizado, eficiente e competitivo, não tem nada de colonial, nem na sua organização predominante nem na sua tecnologia, em grande parte fornecida pela pesquisa nacional de mais alta qualidade. Ou talvez o autor daquela catadupa de besteiras considere colonial a produção de automóveis, tratores, equipamentos industriais e aviões. Não deixa de ter razão. Os índios não fabricavam nenhum desses produtos, mas indígenas das novas gerações não parecem desprezar essas tecnologias.
Segundo a secretária de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, Silvana Lumachi Meireles, nenhuma proposta contida no documento pode gerar polêmica. Todos os itens, argumentou, foram referendados em conferências regionais. Mas conferências desse tipo não têm o poder de transformar tolices em ideias inteligentes nem propostas autoritárias em projetos democráticos. O governo insistirá, a imprensa continuará resistindo. A oposição poderia ajudar a conter esse projeto insano, se deixasse o comodismo e mostrasse mais disposição para defender a democracia do que mostrou diante do ameaçador decreto dos direitos humanos.

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