O ceticismo necessário


"Descobrir a gota ocasional de verdade no meio de um grande oceano de confusão e mistificação requer vigilância, dedicação e coragem. Mas, se não praticarmos esses hábitos rigorosos de pensar, não podemos ter a esperança de solucionar os problemas verdadeiramente sérios com que nos defrontamos - e nos arriscamos a nos tornar uma nação de patetas, um mundo de patetas, prontos para sermos passados para trás pelo primeiro charlatão que cruzar o nosso caminho". (Carl Sagan)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

A deliberada deformação da mente infanto-juvenil


A deliberada deformação da mente infanto-juvenil

Alberto Oliva
Pesquisador I-B do CNPq. Coordenador do Centro de Epistemologia e
História da Ciência da UFRJ


Quem Sabe Faz a Hora ou faz a Cabeça?

Em 2000, no livro A Solidão da Cidadania (Ed. Senac), denunciamos que as crianças e os adolescentes brasileiros tinham virado indefesas cobaias nas mãos dos lobos da ideologia. Antes mesmo de o PT chegar ao poder, os livros didáticos já estavam impregnados de esquerdismo superficial e manipulador. Nos  últimos anos, como bem mostrou Ali Kamel em O Globo, tudo só fez piorar. Hoje, o MEC distribui livros didáticos, pagos com o suado dinheiro do contribuinte, que sequer têm pejo em abertamente fazer propaganda político-partidária. O Brasil tem descido a ladeira da ética nos últimos anos, não tanto em virtude de os atuais donos do poder terem inventado novas modalidades de corrupção, mas pelo destemor com que as têm praticado e pelo cinismo e indiferença com que têm reagido às denúncias.
Além de ser um dos piores do mundo, o ensino básico no Brasil ainda é palco de maciça doutrinação ideológica. A má qualidade está associada, entre outras coisas, ao anacronismo dos currículos, ao despreparo de parte dos docentes e à deslavada ideologização do tratamento dispensado aos temas humano-sociais. Tudo culminando na insipidez pedagógica, na falta generalizada de criatividade. O aluno é tratado como uma espécie de receptáculo que passivamente absorve as teorias apresentadas como científicas e as “verdades” da vida político-social nacional e internacional. Ao ignorar a realidade e deturpar fatos para poder manipular as consciências indefesas dos estudantes, o ensino ideologizado se reduz à transmissão de pseudoconhecimentos. E, ao ser politicamente instrumentalizado, abandona completamente a preocupação com a verdade. E o vale-tudo em nome de imperativos ideológicos revela grosseira falta de ética.
O ensino movido a decorebas adestra crianças para recitar incompreensíveis textos e fórmulas esotéricas. Professores intelectualmente limitados podam a criatividade em prol da repetição mecânica e da inculcação ideológica. Fazem do infante e do jovem esponja de explicações erradas e/ou insossas, deixando de estimulá-los a tentar desvendar os apaixonantes segredos da natureza e a lidar com os instigantes desafios da vida social. Dado o baixo nível do ensino ministrado no Brasil, aprender é sinônimo de repetir sem pensar. Disso se aproveitam os lobos da ideologia para catequizar os cordeiros intelectualmente desprotegidos. Com isso, a transmissão de conhecimento deixa de ser o fascinante empreendimento devotado à busca de explicação dos fenômenos naturais e dos fatos da vida societária.
Houve época em que no Brasil muitos tentaram propagar as idéias marxistas com um mínimo  de dignidade intelectual e respeito aos fatos. Hoje, o ensino de primeiro e segundo graus está infestado de livros e professores que sequer sabem ensinar o marxismo vulgar. Quase duas décadas depois da queda do Muro de Berlim, os neocatequistas do socialismo teimam em esconder seus escombros. Nossas crianças e jovens estão entregues a professores que longe de informar com objetividade e ensinar a pensar, adestram consciências para que repitam mecanicamente velhos e gastos mantras ideo lógicos. Fatos antigos e recentes são solenemente desconsiderados ou interpretativamente manipulados para que falidos sistemas de gerir a economia sejam apresentados como mais justos que a economia de mercado. Ditadores socialistas que se eternizaram no poder perpetrando barbaridades contra os direitos humanos são descritos como encarnações de idéias e ideais redentores.


Só o Poder Socialista é Benigno!

Nas décadas de 50 e 60, quando começaram a surgir as primeiras e insubmergíveis histórias de repressão e crimes políticos na União Soviética, na Europa oriental e na China, muitos intelectuais sagazmente atribuíram o descaminho do socialismo real à ação nefasta de governantes que ousaram se afastar dos puros ideais revolucionários. Hoje, sequer há esse tipo de escrúpulo. Como a ética foi completamente defenestrada em nome do comprometimento ideológico, os livros didáticos, principalmente de história e geografia, defendem abertamente os Maos e, os menos caras-de-pau, fingem que os Stalins não existiram. Como se não pesassem sobre os ombros das ditaduras socialistas milhões de cadáveres ideológicos. Curiosamente, os donos do poder político discricionário só são severamente julgados se não forem socialistas. É possível ser mais faccioso?
Não estamos livres do risco de aparecer um livro didático, bancado e adotado pelo MEC, sustentando que Pol Pot foi um revolucionário de boa cepa – um humanista sensível que formou o Khmer Vermelho para libertar o Camboja do imperialismo ianque – e que os dois milhões de cadáveres produzidos por seu projeto socialista foram um acidente de percurso.

A Barbárie da Pedagogia Socialista

Assusta o fato de no Brasil nunca ter sido feito um efetivo debate sobre a validade das idéias socialistas nem antes e nem depois da derrocada do Império Soviético. Aparecem por isso como assombrações intelectuais nos livros e nas aulas de doutrinadores travestidos de professores. Por ser hegemônico no Brasil, o esquerdismo pode se dar ao luxo de pespegar rótulos desairosos naqueles que o criticam. O Brasil é um país ideologicamente monocórdio. O formador de idéias que fugir da cartilha socialista será visto como um leproso intelectual.
Nenhuma corrente de pensamento precisa se autodestruir. Mas tem a obrigação, sobretudo quando acoplada a uma prática política, de reconhecer suas eventuais falhas explicativas e de assumir de modo penitente os eventuais estragos morais e humanos que porventura venha a fomentar e gerar como obra sua. Não pode se esconder da avaliação crítica proclamando que está sempre certa, que é a encarnação da Verdade e da Justiça, e que as outras linhagens de pensamento estão condenadas a ser retrógradas. O fato de historicamente as sociedades abertas – Estados pequenos e eficientes em associação com autênticas economias de mercado – terem gerado os melhores resultados sociais tem sido totalmente desconsiderado pelos que querem impor mais uma vez o socialismo. Só que agora, adaptando Marx, não mais como tragédia, mas como farsa. O afeiçoamento a esquemas fechados de pensamento que tudo fazem para se proteger das intempéries do mundo é uma modalidade de obtusidade mental.

Ideologia e Lavagem Cerebral

É um crime contra a infância e a adolescência, digno de figurar no Estatuto da Criança e do Adolescente, inocular esqueminhas ideológicos que fazem malabarismos com os fatos a fim de ocultar o que significam. Impor antolhos a quem está formando seus modos de ver e julgar a realidade social é um crime, é uma forma disfarçada de preparar o caminho para o autoritarismo e até para o totalitarismo. Além de representar uma completa descrença quanto à possibilidade de se poderem compreender os fatos com um mínimo de isenção. Quando se pensa que tudo é guerra ideológica, a preocupação com a objetividade e com o máximo de isenção possível é ridicularizada. Se a filosofia nada mais é que a luta de classes deslocada para o campo da teoria, a única coisa que importa é estar do lado da classe revolucionária. Às favas os escrúpulos e os protocolos de honestidade intelectual.
Independentemente da inclinação política que tenha, o pai que se der ao trabalho de acompanhar o que está sendo ensinado a seus filhos dificilmente concordará com a rasteira ideologização a que estão sendo submetidos pelos mestres da área humano-social. A pretexto de tornar acessível a crítica ao chamado modo de produção capitalista, estão sendo ensinadas as versões mais toscas do velho marxismo cansado de história. Atualmente, os acontecimentos não estão mais sendo apenas enquadrados num “modelo interpretativo” de grande indigência explicativa. O arrebatado fervor maniqueísta está com descaro escondendo o que realmente aconteceu na história mundial recente e atribuindo todos os males sociais ao maldefinido neoliberalismo. Pode haver embuste intelectual maior? E maior deformação no processo de formação da consciência cidadã – livre e autônoma – do jovem?
Versões simplistas e grosseiras da teoria da exploração, reabilitação de tiranos e visões edulcoradas sobre “paraísos socialistas tropicais” grassam nas aulas e livros. Em culturas marcadas pela desresponsabilização do indivíduo e pela inculpação do Sistema, a indignação epidérmica e veemente arregimenta com facilidade batalhões de simpatizantes e seguidores. Todos passam a repetir as mais rematadas tolices com ares de sabedoria. Os jovens são presas fáceis porque passam a se achar, repetindo as falsas explicações de professores-doutrinadores, capazes de julgar sumariamente o mundo e de aviar remédios para seus longevos males. Os professores que mais fazem sucesso são os que, em vez de ensinarem a exercitar o pensamento crítico, geram no aluno a ilusão de que com o pouco que sabem estão aptos a julgar de modo peremptório as complexas engrenagens sociais. Raros são os livros didáticos, as apostilas e as aulas expositivas que evitam a ideologização escancarada e a partidarização aberta ou subliminar.

Os Inimigos do Pluralismo e do Intercâmbio Crítico

É claro que os profissionais do ensino que lêem de joelhos, com antolhos ideológicos e nenhum distanciamento crítico, não exercitam sua capacidade autônoma de pensar. E por isso não têm como ensinar com isenção. O que fazem é apenas propagar de modo canhestro um esquema fechado de pensamento. De modo sorrateiro, misturam ingredientes intelectuais e emotivos, para demonizar o “neoliberalismo” e sacralizar o socialismo, ocultando as falhas deste e os efeitos que gerou após sua implantação. O ensino sério pode-se beneficiar  do estudo de qualquer autor, de qualquer corrente de pensa-mento. O criminoso é transformar um sistema filosófico, veiculado por meio de chavões doutrinários, em expressão da Verdade e em encarnação da Justiça. Os inimigos do pensamento são exatamente aqueles que matam o pluralismo genuíno, que só falam de correntes diferentes de sua “religião” para ridicularizá-las e satanizá-las. O maniqueísmo simplista abraçado por imperativos ideológicos se sobrepõe a qualquer preocupação com a cientificidade do que se está proclamando.
Como os jovens são cada vez mais videomaníacos, cada vez mais avessos aos livros, ficam confinados ao material didático. O desinteresse em buscar visões alternativas faz com que o ensino ideologizado provoque estragos intelectuais ainda maiores. Falta honestidade intelectual aos que deformam consciências por fidelidade canina a uma ideologia. Lavagens cerebrais são condenáveis, independentemente  daquilo em nome de que são feitas. Por ter desabrido espírito contestatório e pouca (in)formação, o jovem é muito suscetível às pregações esquemáticas e maniqueístas. O enorme coração lhe infunde a confiança de que com impetuoso voluntarismo pode-se construir o mundo das perfeições utópicas. O ensino doutrinador que recebe é pedagogicamente pernicioso por suprimir o exercício do pensamento crítico e eticamente condenável por vincular, de forma falsa e injusta, “as outras visões filosóficas” a interesses espúrios e a projetos de manipulação política e dominação econômica.


A Caminho da Servidão Voluntária

O esquematismo ideológico precisa ser rechaçado porque ensina erradamente, desconsiderando evidências empíricas, e porque omite a existência de visões alternativas ou porque só alude a elas para deformá-las de modo a fazê-las parecer explicativamente equivocadas e comprometidas com as “forças do mal”. Ao impedir a florescência do espírito pluralista, esse tipo de ensino sorrateiramente pavimenta o caminho da subordinação da cidadania ao poder totalitário.
A ossificação doutrinária e a petrificação ideológica travam a possibilidade de criatividade intelectual e provocam o embotamento do espírito crítico. Em vez de mostrarem que nas ciências humanas e sociais não há a menor justificativa para atitudes dogmáticas, uma vez que várias são as escolas de pensamento que nelas se aninham, os formadores da “consciência revolucionária” adotam a postura do Dicionário de Filosofia de Rosenthal e Iudin, símbolo da estreiteza intelectual do oficialismo soviético, que considerava todos os pensadores, à exceção da família que deu origem ao socialismo, nefelibatas venais a serviço da perpetuação dos mecanismos de exploração das classes dominantes.
O esforço de dar sentido ao mundo das relações sociais não pode ser reduzido à versão simplista de uma teoria – a marxista - que tenta até hoje proteger-se dos “fatos” proclamando que o mundo ainda não foi capaz de imitá-la, já que ainda não se deixou moldar por ela. Assim pensar é sacralizar uma ideologia, é condenar a história por não se ajustar à teoria. Ao defender que o erro nunca está na teoria, e sim em quem a emprega, esse tipo de pensamento mágico barra o exercício teórico da crítica com base no pressuposto de que existe a Verdade, e que se ela não se torna Realidade é por culpa dos que se desviam dela. Esta é a origem da famosa autocrítica nos países onde existiu o socialismo.

Pensamento Único. De Quem?

A única obrigação do intelectual autoproclamado socialista é recusar, tenha ou não fundadas razões, o Sistema. E caso a Utopia, ao chegar ao Poder, piore a realidade, deve-se culpar por isso a atuação dos que desviaram a história do Grande Ideal.
Recebem as filosofias “conservadoras” avassaladoras críticas pela suposta sustentação ideológica que dão ao establishment; mas se críticas, mesmo que criteriosas, forem feitas ao pensamento “revolucionário”, serão tachadas de reacionárias. Com isso, cria-se a vassalagem intelectual ao que é entronizado como revolucionário, que acaba substituindo a verdade revelada da religião. Por isso ensinar humanidades no Brasil passou a ser no fundo equivalente a inculcar uma ideologia. Colocar-se contra o Sistema esgota o potencial de exercício da crítica. Mas se fosse assim, quanto mais radical fosse o rechaço da ordem, inclusive da democrática, mais verdade seria gerada. Como se, por mágica, até o mais palmar disparate, desde que contestatório, ganhasse foros de verdade e força libertária.
Os que fazem a catequese ideológica obtusa são, em muitos casos, justamente os que denunciam que vivemos num mundo de pensamento único. Talvez se refiram ao próprio, porquanto não há escola neste país cuja  maioria de seus professores exponha, com senso de equidade intelectual, as famigeradas “filosofias burguesas”.
O aluno no Brasil é tratado como receptáculo passivo, e não como “inteligência em construção”. Por isso tudo se faz para moldar ideologicamente sua consciência político-existencial. O aluno, tratado como massa inerte desprovida de chama prometéica, é reduzido a papagaio de fórmulas e sistemas de idéias. Ao privilegiar a repetição mecânica e a doutrinação ideológica, a escola trata o estudante como mero recipiente de informações técnicas e posições políticas. O repetitivismo e o ideologismo impedem que crianças e jovens sejam vistos como sementes que abrigam possibilidades de ser e pensar que podem desabrochar ou para sempre ficar adormentadas. A mais promissora pedagogia é a que estimula a livre criação e a multiplicidade de óticas em competição pela melhor explicação. E não a que ardilosamente se empenha para dominar ideologicamente as consciências juvenis e assim pavimentar o caminho que leva à implantação do autoritarismo ou do totalitarismo travestido de socialismo redentor.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

quarta-feira, 14 de abril de 2010

segunda-feira, 12 de abril de 2010

sábado, 10 de abril de 2010

poema para dilma


MENTE, MENTE
Adaptação do Poema de Domingos caldas Barbosa

Escutae, pobres eleitores,
Um eleitor experiente,
A dilma que diz que faz
Certamente mente, mente.

Se um eleitor carinhoso
Lhe faz ver o voto ardente,
Ela lhe promete o PAC,
Certamente mente, mente.

E' um gosto vêr a candidata
Diante de muita gente,
Protestando ter fé pura
Certamente mente, mente.

Pois se o eleitor a outro escolhe
Bem cortez e bem prudente,
dilma finge não ter ciúme,
Certamente mente, mente.

Se acaso do triste eleitor
Algum tempo esteve ausente,
Ela .jura ter saudades,
Certamente mente, mente.

postagens do blogs pela democracia

sexta-feira, 9 de abril de 2010


Cartazes inesquecíveis que vão ser o maior sucesso na campanha.


Este cartaz é para virar um furor na web. Vamos divulgar! Se voce quiser fazer o seu, mude a barra de baixo e escreva o que você quiser! Use a foto! É histórica.

Um novo adesivo para a campanha!

Aproveite e faça um para o seu blog, para o seu carro, enfim, vamos mostrar pra onde o Brasil vai se eleger a boneca inflável. Pegue mais adesivos aqui.

Um vídeo para explicar o PAC.

quinta-feira, 8 de abril de 2010


Um editorial do Estadão para virar post nos Blogs pela Democracia.

Clique na imagem para ler. Faça um post. Divulgue.

Quem se habilita a entrar na rede deles?

Da Folha de São Paulo:

O PT deu a largada anteontem em seu site a uma campanha para montar uma rede de "filiados, simpatizantes e apoiadores" virtuais.O objetivo, segundo o partido, é cadastrar cerca de 100 mil pessoas só na pré-campanha, que vai até o início de julho. "Você passará a receber informações exclusivas e poderá colaborar ainda mais para manter o Brasil no rumo certo", diz o site.O PT solicita, na página de cadastro, o nome, endereço completo, área de atuação, renda, idade, escolaridade, número do telefone celular, e-mail e página no Twitter.A campanha começou com problemas, entretanto. Dos 19 comentários de internautas visíveis no site do PT na tarde de ontem, 5 traziam reclamações de que não conseguiam completar o cadastro.De acordo com o secretário de comunicação do partido, o deputado federal André Vargas (PR), o objetivo é estimular os petistas e simpatizantes a participarem de debates políticos nas redes sociais. "Agora, os atos serão mais fechados", diz Vargas.

quarta-feira, 7 de abril de 2010


O dia em que Minas conheceu Dilma Rousseff.

Copie e repasse para todos os mineiros que você conhece. É uma vergonha o que esta mulher fez, hoje, com a memória e a história de Tancredo Neves.

Tragédia no Rio no dia em que Dilma e Garotinho fazem aliança.

Já está circulando na rede este cartaz, sobre a aliança entre Dilma e Garotinho.

terça-feira, 6 de abril de 2010


Apagão Rodoviário: mais uma obra do PAC da Dilma.

Informe a população sobre o que está acontecendo nas rodoviais federais. Nunca na história deste país morreu tanta gente pelo péssimo estado das estradas. Uma vergonha.

domingo, 4 de abril de 2010


Hora de união, por FHC.

Clique para ler artigo de Fernando Henrique Cardoso, neste domingo, no Estadão. O ex-presidente explicita a importância histórica de uma união São Paulo-Minas e, de forma muito especial, submete-se, humildemente, à liderança de Serra e Aécio. O texto é de um grande homem, de um grande brasileiro.

Vejam a fraude das pesquisas Vox Populi no Coturno Noturno.

A Vox Populi, nas pesquisas de janeiro e de março, para medir as intenções de voto à Presidência da República, usou as mesmas amostras de cidades e o mesmo roteiro de entrevista dentro delas. Uma verdadeira fraude estatística. Vá ao Coturno Noturno e tome conhecimento. Repercuta. Esta é uma denúncia para entupir a área de comentários dos jornais e blogs. Bom trabalho.

quarta-feira, 31 de março de 2010

domingo, 28 de março de 2010

O exemplo de lula

Deu em O Globo

O exemplo de Lula

De Merval Pereira:
O descaso com que o presidente Lula trata as condenações que recebeu do Tribunal Superior Eleitoral resume bem o estado de complacência moral em que o país se debate, gerando o esgarçamento de seu tecido social com graves repercussões.
Está se impregnando na alma brasileira uma perigosa leniência com atos ilegais, que acaba tendo repercussões desastrosas no dia-a-dia do cidadão comum, que passa a considerar a “esperteza” como um atributo importante para vencer na vida.
Em vez de usar seu imenso prestígio junto ao eleitorado para dar o exemplo de cidadania, de respeito às leis, o presidente Lula vem, não é de hoje, confrontando publicamente as instituições que considera obstáculos a seus objetivos políticos, não apenas os meios de comunicação, a chamada “mídia”, mas principalmente órgãos encarregados da fiscalização dos atos governamentais.
Leia a íntegra do artigo em O exemplo de Lula

sábado, 27 de março de 2010

Blogs pela Democracia

Cartzes do Blogs pela Democracia para espalhar por aí.


Cartazes do Blogs pela Democracia para serem enviados para cada escola do Brasil, para cada professor honesto e trabalhador, para cada mestre deste país. O PT quer levar o país de volta à Idade Média. Querem queimar os livros. Querem incendiar o país. O primeiro deles, com certeza, será a Constituição Federal. Envie os cartazes acima para um professor amigo seu. Vamos fazer uma grande corrente para que este momento lamentável da nossa pátria não seja esquecido.

segunda-feira, 22 de março de 2010

sábado, 20 de março de 2010

Royalties: vamos ajudar o Rio a entender quem são os vilões da história.

Clique na imagem, salve e mande um "santinho" para os seus amigos cariocas!

Os Blogs pela Democracia podem prestar um grande serviço aos cariocas, se ajudá-los a entender quem são os responsáveis pelo problema dos royalties do petróleo. Só mesmo muita ingenuidade para achar que um deputadinho gaúcho tenha a força e o poder de definir questão desta natureza. Ingenuidade conduzida por políticos de má fé. Leiam, abaixo, o artigo de Dora Kramer, no Estadão:

Um gesto mais bem recebido, correspondente à fidelidade que Cabral dedica a Lula, teria sido uma ligação pessoal do presidente, propondo algo a mais que o veto presumido. Se a Câmara deu votos para aprovar a emenda, pode perfeitamente dar votos para derrubar o veto. Hoje o governo do Rio gostaria que o Palácio do Planalto fizesse duas coisas: retirasse a urgência constitucional para a votação do ponto relativo à partilha dos royalties e trabalhasse pelo adiamento da votação no Senado para depois das eleições. Agora não há clima para se discutir nem negociar nada com racionalidade. A pedido do governador Sérgio Cabral,o senador Francisco Dornelles entrou no jogo com a missão de desarmar a bomba por enquanto.Articula-se também com o presidentedoSenado,José Sarney,a procrastinação da entrada do assunto em pauta. Lula até agora não deu sinal algum de que fará algo além da promessa do veto. Ao contrário. Ontem mesmo disse que esse tema é “problema do Congresso”. O risco de o eleitorado se voltar contra o governador Sérgio Cabral, por ter se fiado só na palavra do presidente, é grande. Na proporção direta da tentativa de neutralizar o potencial malefício mobilizando a população “em defesa do Rio”. Saiu na frente, antes que na oposição atribua a ele a responsabilidade de ter levado o assunto para o campo da amizade com Lula. Antes que o eleitorado perceba que a emenda Ibsen Pinheiro só prosperou porque o governador e o presidente permitiram.Ibsen é do PMDB,o maior parceiro do governo federal. Henrique Eduardo Alves, que incluiu como relator a emenda na proposta final da alteração da mudança nas regras de exploração do petróleo, é líder do PMDB na Câmara.Ao PMDB pertence o governador Sérgio Cabral. Ninguém viu o que se passava, ninguém falou com ninguém. Haverá consequências político eleitorais? Depende. Se o eleitorado fluminense continuar fazendo o gaúcho Ibsen de Judas,o governador seguirá no papel de herói.Mas se a percepção se apurar ao ponto de as pessoas enxergarem a existência de um erro de origem que foi deixado prosperar, Lula, Cabral e Dilma podem se tornar os vilões da execução de um plano que abriu espaço para a emenda que arruína o Rio.

Royalties: mais um artigo para abrir os olhos dos cariocas

O mau combate

Maria Cristina Fernandes, no Valor Econômico

Como ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral não pode ter seu conhecimento do jogo parlamentar colocado em dúvida. Mas a aritmética mais rudimentar já antevia o resultado da votação dos royalties. Fluminenses e capixabas conseguiram arregimentar meia dúzia de votos para além de suas divisas estaduais na Câmara. Agiram como se o canto mais bonito do Brasil, que vai sediar os dois eventos esportivos mais gloriosos do mundo, não carecesse de aliados. Seria preferível chamá-los de ladrões e oportunistas. Para ser coerente, o primarismo só podia acabar mesmo em choro.
O que mais impressiona nesta sucessão de trapalhadas do governador fluminense na batalha dos royalties é a insistência no erro. Está claro que o Rio não pode perder R$ 7 bilhões da noite para o dia, mas não é chamando o resto do Brasil de covarde, como na manifestação da quarta-feira, que se vai conseguir reverter a derrota da partilha dos royalties no Senado. Cabral desprezou os discursos na manifestação de ontem. O Rio só precisa de música, explicou. Mas para vencer a aritmética terá que recorrer à política.
Inconformidade com as calçadas de porcelanato dos emirados fluminenses sempre houve, mas o direito das regiões produtoras aos royalties já adquiridos estava completamente fora de pauta. Só o desprezo pelo princípio de que o embate de ideias não passa pela desqualificação dos interlocutores pode justificar a vitória da emenda dos deputados Ibsen Ribeiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG) na Câmara.
A ideia original do Executivo era remeter a questão dos royalties para uma lei a ser votada depois do marco regulatório do pré-sal. Por pressão dos Estados não produtores, um texto com um novo modelo de repartição começou a ser negociado entre Congresso, Palácio do Planalto e governadores. Foi nessa fase que Cabral radicalizou tanto com acusações públicas à "boiada, maioria burra que fica discutindo percentual" (Valor, 28/12/2009), quanto em bate-boca que o antagonizou com ministros do governo nas intermináveis reuniões em que o texto foi discutido no fim do ano passado.
Dessa radicalização, saiu aparentemente vitorioso com um texto que preservava, em grande parte, a fatia dos rendimentos de seu Estado com o petróleo acima e abaixo da camada de sal. O Congresso entrou em recesso e o governador parecia tão seguro de sua estratégia de enfrentamento que tratou de replicá-la na montagem do palanque da ministra Dilma Rousseff no Estado .
Ao invés de começar a bater perna pelo interior, onde parece lhe faltar votos, chegou a afirmar, de seu camarote de anfitrião na Marquês de Sapucaí, que não admitiria dividi-lo com Anthony Garotinho, adversário de seu projeto de reeleição. Nem Jaques Wagner, um dos mais próximos governadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ousara colocar a questão nesses termos face à candidatura do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, ao governo da Bahia.
Passado o Carnaval, não apenas a candidatura Garotinho havia avançado, como a boiada rival de Cabral já tinha sido contaminada pelo germe do antagonismo às pretensões fluminenses e capixabas. Contaram ainda com a pressão dos prefeitos - o exército mais organizado das eleições de outubro - que afluíram em manada a Brasília no dia da votação. Uma solução mais negociada foi tentada até a última hora, mas o Rio só aceitava tudo. Ficou sem nada.
Nem a derrota lhes devolveria a humildade. Numa referência indireta ao deputado gaúcho, que teve seu mandato cassado em 1994, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, atribuiu o resultado da votação a "uma gente que só entra na vida pública para fazer besteira". A tática terrorista arregimentou a Confederação Brasileira de Futebol e o Comitê Olímpico Brasileiro para atestarem a inviabilidade da Copa e da Olimpíada sem o dinheiro dos royalties.
A radicalidade da solução Ibsen levou o governador de São Paulo, José Serra, tão aquinhoado quanto o Rio pelo pré-sal, a se manifestar com a cautela de não somar ao calejado estigma de São Paulo contra a federação o tom empedernido da manifestação fluminense.
Nem a Dilma nem a Serra interessa buscar voto num Estado contaminado pela propaganda de que teriam sido omissos frente aos interesses locais. Mas a esta altura a entrada de ambos no front os coloca na condição de credores de Cabral - posição em que Lula reinava soberano.
A reversão do texto no Senado está longe de ser uma batalha perdida para o Rio. A começar pela escolha de argumentos mais racionais. O petróleo é tributado no destino. Sem royalty nem ICMS o Rio não sobrevive.
A renda gerada pelo minério é apropriada fora de seu local de produção, que é contaminado por problemas com violência e prostituição. Foi essa a lógica que mobilizou a legislação em vigor. A permanência acentuada desses problemas nos Estados campeões do petróleo indica que este é um problema que extrapola suas divisas - basta contar quantas vezes as forças nacionais de segurança já saíram em socorro do Rio.
Neguinho da Beija-Flor, um dos ideólogos do movimento, lançou o slogan "O Rio de Janeiro viu primeiro". Mas a alegoria desta nova etapa da exploração do petróleo no país parece ser outra. Por mais que Cabral tenha confiado no apoio de Lula ao quinhão fluminense, a situação do Rio já estava comprometida desde que o presidente enfiou as mãos no óleo e engatou o discurso da redenção nacional.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Deu no Noblat - Serra lança candidatura dia 10

Serra deve lançar candidatura no dia 10, diz Guerra

Do presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, falando em vídeo-chat sobre a pesquisa CNI/Ibope que mostrou a ministra Dilma Rousseff (PT) cinco pontos atrás do governador José Serra (PSDB) nas intenções de voto para a presidência da República:
- Quando terminar a semana Santa ele (Serra) vai sair candidato. O anúncio vai ser em Brasília, provavelmente no sábado, dia 10.
- Serra não fez outra coisa se não manter suas intenções de voto (...) Isso sem andar pelo Brasil, sem aparecer na TV, só governando o Estado.
- Dilma ficou aparecendo em festas organizadas pelo governo cheias de gente para aplaudir. Nós não tivemos nada disso. E isso prejudica do ponto de vista das intenções de voto.
- Não conheço eleitor da Dilma, só eleitor do Lula que vota na Dilma.
- [A pesquisa mostrou] O crescimento que sempre prevíamos [à medida que ela ficasse mais conhecida como candidata do Lula]. E o crescimento de seu de forma muito moderada. (...) Agora não há mais o fantasma de que, quando souberem que ela é candidata do Lula, vai ter um crescimento enorme.
- Só quem está fazendo campanha é Dilma e ela não tirou nem 1% dos votos do Serra. Tirou votos de Ciro [Gomes - PSB], da Marina [Silva - PV] e de indecisos.
- Dilma não tem experiência nem competência

Blogs pela democracia - Artigo de José Serra

25 Anos de Nova República: o artigo de José Serra.

Prisioneiros da democracia

Sejamos todos cativos da democracia. É a única prisão que presta tributo à liberdade. Repudiemos a sugestão de que menos democracia pode implicar mais justiça social

O Brasil comemora hoje os 25 anos da Nova República. Isso quer dizer que celebra um quarto de século de estabilidade política e de plena vigência do Estado de Direito, o mais longo período da fase republicana com essas características. Na primeira década da restauração da normalidade institucional, a democracia de massas firmou-se e afirmou-se no bojo da nova Constituição. E isso se deu apesar da morte do presidente eleito Tancredo Neves, da superinflação, do sufoco externo e do impeachment do primeiro presidente eleito pelo voto direto desde 1960.
A partir da estabilidade de preços conquistada pelo Plano Real, a credibilidade externa foi sendo reconquistada, nosso setor produtivo tornou-se mais competitivo interna e externamente, as fronteiras do comércio se expandiram e, acima de tudo, deflagrou-se um processo cumulativo de acesso das camadas mais pobres a um nível mínimo de bem-estar social. E essa mudança não caiu, como diria alguém, da árvore dos acontecimentos. Foi uma construção.
Durante muito tempo, a imagem do Brasil como o país do futuro foi para nós uma bênção e uma condenação. Se ela nos ajudava a manter a esperança de que um dia transformaríamos nosso extraordinário potencial em felicidade vivida, também nos condenava a certo conformismo, que empurrava, sempre para mais tarde, os esforços e sacrifícios necessários para a superação de limites. Durante um bom tempo, o gigante que um dia acordaria serviu mais à má poesia do que à boa política. E tivemos de dar o primeiro passo, aquele que, pode-se dizer agora, decorridos 25 anos, foi um ato de fato inaugural. E não que a fronteira tenha sido rompida sem oposições de todos os lados.
Certo convencionalismo pretende que a história dos povos se dê numa alternância mecânica de ruptura e acomodação; a primeira engendraria mudanças que acelerariam a história, conduzindo a um patamar superior de civilização; a segunda concentraria as forças da conservação ou mesmo do reacionarismo, sendo fonte de perpetuação de injustiças.
A nossa história de país livre não endossa esse mecanicismo. Sucedendo à monarquia constitucional, a República entrou em colapso em menos de 40 anos. Somente nos anos 90 tivemos o primeiro presidente Fernando Henrique Cardoso que, eleito pelo voto universal, transmitiu o poder a um presidente igualmente escolhido em eleições livres e que concluiu seu mandato. Em pouco mais de um século de República, o Brasil teve dois presidentes constitucionais depostos, um que se suicidou para evitar a deposição, um que renunciou e outro que foi afastado de acordo com as disposições da Constituição no período, o país experimentou duas ditaduras: a do Estado Novo e a militar.
Como se nota, experimentamos mais rupturas do que propriamente acomodação e boa parte delas não pode ser considerada um bem. Enquanto aquele futuro mítico nos aguardava, as irresoluções foram se acumulando. Quando o Brasil, na década de 80, se reencontrou com a democracia, era visto como uma das sociedades mais desiguais do planeta, com uma dívida externa inadministrável, uma economia desordenada e uma moeda que incorporara a inflação como um dado da paisagem.
A Nova República teve a coragem da conciliação sem, no entanto, ceder nem mesmo os anéis ao arbítrio. E isso só foi possível porque o povo brasileiro não se deixou iludir pela miragem de uma mudança por meio da força. Entre a democracia e a justiça social, escolhemos os dois. Nem aceitamos que a necessidade da ordem nos impedisse de ver as óbvias injustiças nem permitimos que, para corrigi-las, fossem solapadas as bases da liberdade. O povo ficou ao lado das lideranças que tiveram a clarividência de escolher a transição negociada. Aqueles eventos traumáticos que marcaram os 10 primeiros anos da Nova República não chegaram nem sequer a arranhar a Constituição. Ao contrário: curamos as dores decorrentes da democracia com mais democracia; seguimos Tocqueville e respondemos aos desafios da liberdade com mais liberdade.
Essa vitória da mudança gradual sobre as ilusões da ruptura não se fez sem lutas. Milhões de brasileiros foram para as ruas, em ordem e sem provocações, exigir o voto popular direto para a Presidência e para todos os cargos eletivos. O movimento das Diretas-Já não foi imediatamente vitorioso, mas mostrou sua legitimidade e levou setores que apoiavam o "antigo regime" a perceber que uma nova ordem estava nascendo: a ordem democrática.
Assistimos à Constituinte, às eleições diretas e à plena restauração da soberania popular. Esse tripé da consolidação democrática, com seus corolários alternância no poder e transição pacífica , são a base institucional que distingue o Brasil do presente daquele da fase da instabilidade. Foi a crença nesses valores que nos permitiu superar a ilusão de soluções radicais e imediatistas. A democracia, tornada um valor inegociável, permitiu que os sucessivos governos pudessem aprender com os erros de seus antecessores e os seus próprios, corrigindo-os, o que concorre para o aperfeiçoamento das políticas públicas.
Não foram erros pequenos nem triviais. Alguns foram monumentais, como o confisco da poupança e a tentação, de um cesarismo doidivanas, de acabar com a inflação "num só golpe", confiscando a poupança popular. A democracia que nos permitia errar de modo fragoroso também nos permitiu um acerto histórico: a implementação, nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique, do Plano Real. Ele nasce, sem dúvida, de uma engenharia econômica ímpar, de um rigor técnico até então desconhecido no Brasil nos planos de estabilização, mas acredito que uma das razões de seu sucesso nunca foi suficientemente considerada: ele foi amplamente negociado com a sociedade, com um razoável período de transição entre os dois regimes monetários. Mais uma vez, o gradualismo mostrava a sua sabedoria. A inflação não morreu com um golpe. Ela morreria com inteligência e democracia.
O significativo avanço das condições sociais e a redução do nível de pobreza no Brasil, hoje exaltados em várias línguas, só se deram por conta de políticas que foram se aperfeiçoando ao longo de duas décadas, como a universalização do Funrural, os ganhos reais no salário mínimo e os programas de transferência de renda para famílias em situação de extrema pobreza. O atual governo resolveu reforçar essas políticas quando percebeu que "inovações" como o Fome Zero e o Primeiro Emprego fracassaram. Também é um dado da realidade que as balizas da estabilidade, cuja régua e compasso são o Plano Real, foram mantidas (mais no primeiro do que no segundo mandato).
O crescimento, o desenvolvimento e o bem-estar não são manifestações divinas. Não estão garantidos por alguma ordem superior, a que estamos necessariamente destinados. Existem em função das escolhas que fazemos. Sou muito otimista sobre as possibilidades do Brasil. Se, antes, parecíamos condenados a ter um futuro inalcançável, hoje já se pode dizer que temos até um passado bastante virtuoso. Mas é preciso cercar as margens de erro para que continuemos num ciclo virtuoso. Dados recentes divulgados pelo IBGE demonstram que voltamos a ter um déficit externo preocupante e que a taxa de investimento está bem abaixo do desejável especialmente no caso do setor público para assegurar no futuro a expansão necessária da economia e do consumo. Afinal, os desafios que o Brasil tem pela frente ainda são imensos.
Com a Nova República, o Brasil fez a sua escolha pela democracia e pelo Estado de Direito. É essa a experiência que temos de levar adiante, sem experimentalismos e invencionices institucionais. Porque foi ela que nos ensinou as virtudes da responsabilidade inclusive a fiscal. Fazemos, sim, a nossa história; fazemos as nossas escolhas, mas elas só são virtuosas dentro de um desenho institucional estável.
Sejamos todos cativos da democracia. É a única prisão que presta seu tributo à liberdade. Assim, repudiemos a simples sugestão de que menos democracia pode, em certo sentido, implicar mais justiça social. Trata-se apenas de uma fantasia de espíritos totalitários. Povos levados a fazer essa escolha acabam ficando sem a democracia e sem a justiça.

José Serra
Governador de São Paulo

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